quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Minério Urânio, areia Monazitica rica em Tório e Terras Raras, expropriadas no Brasil desde 1906

Minérios atômicos, radioativos, não devem ficar nas mãos de civis irresponsáveis que não respeitam a Constituição, não respeitam o Estado de Direito, que não defendem  e colocam em prática um modelo econômico que beneficie o país. 
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Um só homem foi acusado por grande parte da imprensa brasileira e deputados de ter faturado milhões de dólares em Guarapari com a extração de areia monazítica praticamente de graça, durante quase 30 anos, exportando para diversos países do mundo. 

Seu nome é Boris Davidovitch.

Na CPI da Energia Atômica de 1956, foram apresentadas correspondências mostrando que Boris Davidovitch Natural da cidade de Odessa (então pertencente ao Império Russo, hoje Ucrânia), Boris era também naturalizado norte-americano, francês e brasileiro.
Boris chegou ao Brasil em 1940 como procurador da “Société Minière”, empresa francesa que já mantinha a exploração de monazita no Espírito Santo, Boris, em apenas um ano, já era dono de todo o patrimônio radioativo da cidade de Guarapari.
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Boris mantinha trabalho escravo “os 27 trabalhadores tinham ausência total de cor nas faces e lábios, magreza doentia, olhar mortiço, mãos e pés de coloração anormal devido ao constante contato com a umidade da areia. Todos descalços e semi-nus, vestidos apenas de calções esfarrapados”  
O jornal carioca Tribuna da Imprensa tratou a CPI de 1956 como um escândalo nacional de corrupção
Boris também afirmou em depoimento à CPI que exportou cerca de 10.000 toneladas de monazita para os Estados Unidos mesmo depois de uma lei promulgada em 1951, que proibia a exportação por empresas privadas. 


A Lei 1.310 de 1951, que criou o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), estabeleceu o monopólio estatal dos principais minérios atômicos, proibindo a exportação de urânio e tório, a não ser por autorização expressa do governo, proibiu a exportação de monazita bruta num esforço de tentar despertar o interesse de empresas nacionais em beneficiar o material. Assim, os sais de terras raras seriam exportados enquanto o tório, considerado mineral estratégico, seria mantido no Brasil.   
Almirante Álvaro Alberto (ao centro), primeiro representante brasileiro na Comissão de Energia Nuclear da ONU e fundador do CNPq, defendia o intercâmbio de conhecimento atômico com outros países, ideia fortemente combatida pelo governo americano
Alvaro alberto
O CNPq, através do almirante Álvaro Alberto, propunha uma política nacional de energia nuclear com planos de produção de urânio enriquecido, construção de reatores e busca de apoio científico e tecnológico em outros países além dos Estados Unidos.
Boris  subornou juízes e desembargadores para julgar demandas de terras em que ele estava interessado. O russo, em depoimento, reconheceu a legitimidade dos documentos
O mesmo jornal acompanhou os deputados e constatou que o fiscal do governo não sabia sequer diferenciar monazita de outras areias

eportagem do "Diário da Noite" de 1956 comparava o esquema americano de proteção ao minério e o descaso em Guarapari
Reportagem do “Diário da Noite” de 1956 comparava o esquema americano de proteção ao minério com o descaso em Guarapari na proteção do mesmo patrimônio

O repórter do Diário da Noite, Antenor Novais, viajou a Guarapari para constatar a total falta de controle na exploração do tório de Guarapari
O repórter do Diário da Noite, Antenor Novais, viajou a Guarapari para constatar a total falta de controle na exploração do tório de Guarapari
Boris também insinuou comprar os jornais O Globo e Tribuna da Imprensa para que deixassem de atacá-lo. “Os jornalistas ficaram muito insatisfeitos com o passeio que fizeram e vamos ter que comprar O Globo e A Tribuna de Imprensa pra ver se vão falar alguma coisa”, escreveu em uma das correspondências analisadas pela CPI.



Bomba de Urânio-233 lançada em 1956 durante testes no deserto de Nevada, nos Estados Unidos
O Projeto Manhattan
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Ainda assim, o trabalho da CPI ajudou a jogar luz sobre uma atividade que já durava décadas, com fiscalização precária, denúncias de corrupção e acordos internacionais que prejudicavam o Brasil. O relatório final da CPI de 1956 foi primordial para criar uma política nacional de energia atômica, embora a maior parte das jazidas de monazita e outras terras raras já estarem esgotadas na época.

Minério Nióbio:

No final dos anos 60 as jazidas de Nióbio foram descobertas e mapeadas. Entre os anos 70e80 (até o final do regime militar) o Brasil investiu em pesquisas de exploração, caracterização e aplicação desse metal....formou engenheiros especializados que normatizaram o nióbio em normas ABNT e toda tecnologia para a exploração e comercialização dessa commodity ficou pronta no início dos anos 80, faltando apenas o modelo econômico de exploração dessas jazidas... Antes do final do regime militar todo o programa foi suspenso, a tecnologia arquivada, devido a decisão estratégica de mercado de esperar que as jazidas chinesas (país líder nesse tipo de commodity e que dita o preço mundial) de tungstênio entrassem em exaurimento, para que as chances do Brasil se tornar líder mundial dessa commodity se tornasse uma realidade, Acontece que o governo atual está vendendo em segredo o nióbio brasileiro para a China sem aprovação do modelo econômico que nos beneficie, além de Rondônia, a cabeça do cachorro (seis lagos) como alvo..:.

Notas: http://especiais.gazetaonline.com.br/bomba/
Início da década de 40: Brasil firma com os EUA o primeiro programa para a prospecção de recursos minerais brasileiros.
1944: Brasil troca dez mil toneladas de minerais radioativos brutos (monazita e terras raras) por cem mil toneladas de trigo.
1946: Brasil e União Soviética são os únicos países a se oporem ao chamado Plano Baruch, que assegurava aos EUA o monopólio da tecnologia e das matérias-primas nucleares no mundo ocidental.
Brasil propõe o Princípio das Compensações Específicas, em que o país, assim como outros países subdesenvolvidos, forneceria a matéria prima desejada em troca de um preço justo e da prioridade na instalação de reatores nucleares de todos os tipos em seu território.
1951: Criado, por sugestão da Comissão de Fiscalização de Materiais Estratégicos, o CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que passava a ter o controle das reservas de urânio e tório, cuja exportação era proibida.
1952: Criada a Comissão de Exportação de Materiais Estratégicos. O CNPq teve o seu poder sobre as reservas de urânio e tório diluído e as exportações aos norte- americanos recomeçaram.
1954: Brasil encomenda a físicos alemães a construção de três conjuntos de centrifugação para o enriquecimento de urânio. Os conjuntos acabaram sendo interceptados pelo Alto Comissariado do Pós Guerra, 24 horas antes do embarque para o Brasil.
1955: Brasil se junta ao programa americano "Átomos para a Paz". O programa sinalizava que os EUA haviam desistido de impedir o acesso de outros países às tecnologias atômicas procurando agora inseri-los sob o seu controle e vigilância.
Brasil e Estados Unidos firmaram dois acordos de cooperação na área nuclear: o primeiro foi o Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento de Energia Atômica com Fins Pacíficos, que previa a transferência ao Brasil de urânio altamente enriquecido para ser usado como combustível em reatores de pesquisa também fornecidos pelos EUA. O segundo acordo era chamado de Programa Conjunto para o Reconhecimento e a Pesquisa de Urânio no Brasil e previa a pesquisa e avaliação das reservas de urânio em solos nacionais e a posterior exportação do minério aos EUA.
1956: Criados neste ano o Instituto de Energia Atômica (IEA) na USP - que será transformado no Instituto de Pesquisas Energética e Nucleares (Ipen) - e a Cnen Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), diretamente subordinada à presidência da república.
1960: EUA, França e Alemanha iniciam o uso da energia nuclear para a geração de eletricidade, marcando uma era de grandes investimentos com a disseminação de
usinas e aumento na produção de energia atômica sob o pretexto do seu uso pacífico.
1963: Criado o Instituto de Energia Nuclear, em convênio entre a Cnen e a UFRJ, passou a construir um reator com componentes nacionais (e combustível importado). Chamado de Argonauta, o reator entrou em operação em 1965.
1967: Brasil assina o Tratado de Tlatelolco, em que alguns países da América Latina se comprometem a não fazer uso do poder nuclear como arma militar.A Cnen, agora vinculada ao Ministério das Minas e Energia, firmou um acordo para a construção da primeira central de geração de energia nuclear. O lugar escolhido foi Angra dos Reis, principalmente pela proximidade com os grandes centros do sudeste.
1970: A concorrência de venda do reator de Angra 1 é vencida pela norte-americana Westinghouse, subsidiária da General Electric.
1972: Brasil assina novo acordo com os EUA, no qual os norte-americanos forneceriam urânio enriquecido (numa quantidade que não ultrapassasse 2300 kg em 30 anos) em troca de urânio natural brasileiro. Fica a cargo da Comissão de Energia Atômica dos EUA o controle das instalações brasileiras para que estas não fizessem uso militar. Neste acordo fica acertada a venda de um reator de potência PWR (Reator de Água Pressurizada) ao Brasil. É dado início à construção de Angra 1, primeira usina nuclear brasileira com capacidade de 657 MW.
1975: Assinatura do Acordo sobre Cooperação para Uso Pacífico da Energia Nuclear entre Brasil e Alemanha. O acordo concretizou a aquisição das usinas Angra 2 e 3 da empresa alemã “Kraftwerk Union A.G. – KWU”, subsidiária da SIEMENS.
1980: Dificuldades financeiras no país somam-se a pressões externas e inviabilizam investimentos vultosos no programa nuclear. Empresas criadas a partir do acordo
com a Alemanha para o desenvolvimento nacional da tecnologia (Nuclebrás e suas subsidiárias) não são bem sucedidas.
1979: Inicia-se o Programa Nuclear Paralelo, desenvolvido pela marinha e apoiado pelo Ipen/Cnen-SP (antigo IEA) com o objetivo de desenvolver um submarino nuclear. Este programa é mantido durante um longo período fora do conhecimento público.
1985: Angra 1 passa a operar comercialmente apenas em janeiro. Devido a uma série de problemas em equipamentos, a indisponibilidade de Angra 1 nos primeiros anos de operação era elevadíssima se comparada a padrões internacionais. As paradas freqüentes levaram a usina a ser apelidada de vaga-lume.
1987: O então presidente José Sarney anuncia o domínio do enriquecimento do urânio, alcançado pelos pesquisadores envolvidos no Programa Nuclear Paralelo. No ano seguinte, a Nuclebrás é extinta e o Programa Nuclear Paralelo passa a ser incorporado às pesquisas oficiais. O controle de Angra 1 e do canteiro de obras de Angra 2 e 3 é transferido para a então estatal Eletrobrás.
É criada a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás e ligada à Cnen, que passa a gerir as atividades em Angra, ainda obedecendo aos acordos firmados com a Alemanha (através da Siemens).
1976: Iniciadas obras civis de Angra 2 – com capacidade de 1300 MW. A previsão inicial era que a usina entrasse em operação em 1983, mas o empreendimento foi progressivamente desacelerado devido à redução dos recursos financeiros disponíveis.
1995: Decidida a retomada das obras de Angra 2 e realizada concorrência para a
contratação da montagem eletromecânica.
2000: Angra 2 entra em funcionamento.
2007: CNPE decide pela construção de Angra 3, que constava do acordo original de 1975 com a Alemanha, pela Resolução número 3.
2008: Brasil firma acordo com a França que inclui o desenvolvimento de um
submarino nuclear, a construção de um estaleiro e de uma base para submarinos nucleares no Rio de Janeiro.
2009: Ibama concede a licença de instalação definitiva para a construção de Angra 3. A licença contém 44 exigências a serem cumpridas pela Eletronuclear, mas flexibiliza a exigência por um depósito definitivo de rejeitos nucleares, substituindo a condicionante por uma solução de longo prazo para a estocagem de lixo radioativo.
http://transparencianuclear.blogspot.com.br/2010/01/linha-do-tempo-nuclear-brasileira.html

Um comentário:

Fendel disse...

bens da união... união de ratos...