sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Nióbio Metal Utilizado na Medicina Brasileira como Prótese

O engenheiro Éder Najar Lopes, da Unicamp, criou uma prótese de quadril com a liga de nióbio
(Foto: César Rodrigues/AAN)

O nióbio é usado em foguetes, jatos e armas. A compatibilidade com outros metais possibilita avanços também na área da medicina. Pesquisadores do Laboratório de Metalurgia Física e Solidificação da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) da Universidade de Campinas (Unicamp) criaram uma prótese total de quadril, feita com a mistura do nióbio e do titânio.


A liga é fundamental para que a prótese não seja rejeitada pelo corpo humano.

O nióbio é biocompatível e possui menor rigidez que o titânio. Quando combinados, os dois formam uma liga que se assemelha ao osso e, portanto, não causa efeitos colaterais aos usuários.

“Juntos, nióbio e titânio criam um coeficiente de calcificação entre 40 e 50. O osso tem coeficiente de 30. Uma prótese de outro material pode calcificar mais facilmente e causar prejuízo aos humanos”, explicou o engenheiro Éder Sócrates Najar Lopes, autor do trabalho. 

O protótipo feito com a liga entre nióbio e titânio só foi testado em animais até agora, mas a expectativa é de que os resultados sejam positivos quando colocados em prática. Segundo estudos da Unicamp, 90% dos brasileiros acima de 40 anos sofrerão de degeneração articular e podem precisar de cirurgia. Nesses casos, a prótese fabricada nos laboratórios é um alternativa. 

Além de ser menos prejudicial ao corpo humano se comparada com as de aço inoxidável, a liga de nióbio e titânio oferece menor custo de fabricação e, consequentemente, maior disseminação entre os pacientes. “É uma tecnologia que serve também para reduzir custos.

Com o implante de titânio e nióbio, podemos oferecer algo mais acessível e de maior qualidade à população”, disse Lopes.
Apesar da facilidade na construção de próteses, o titânio não é o único metal que pode se beneficiarda disseminação do nióbio na medicina nacional. Segundo o engenheiro, o aço e o ferro são exemplos de substâncias que também têm significativa melhora se entrarem em contato com o metal. “Se adicionarmos uma parcela de nióbio no aço ou no ferro, há um melhor aproveitamento. E a formação de uma liga nacional entre os metais também ajudaria nas descobertas científicas dos próximos anos.” 

Novas utilidades Para o engenheiro da Unicamp, o Brasil poderia aproveitar melhor as suas reservas de nióbio.
Além da aplicação de próteses para o quadril e também joelhos, o metal pode ser utilizado em outras áreas da medicina, sempre misturado com outra substância.

“Estamos utilizando de forma errada. O Brasil foca muito em melhorar a liga do nióbio com o aço, mas existem muitos outros campos de análise.

Por exemplo: se misturarmos nióbio em pó com titânio e fizermos um processo de fusão a laser, é possível construir qualquer tipo de geometria. Poderíamos aplicar na indústria odontológica e também na de cirurgias plásticas”, disse Lopes.

A implementação da prótese produzida em laboratório na Unicamp ainda não tem data para acontecer, mas os testes e a facilidade de adaptação do nióbio ao corpo humano aumentam o otimismo do pesquisador. “Daqui a alguns anos, as próteses podem ser encomendadas pelas pessoas e hospitais em todo o Brasil.”


Os tomógrafos de ressonância magnética para diagnóstico por imagem, utilizam magnetos supercondutores feitos com a liga NbTi. (Nióbio)



Fonte: Ciência, Tecnologia e Inovação http://www.rac.com.br/institucionais/cenario-xxi/2011/08/26/95508/niobio-o-metal-polivalente-tem-a-maior-jazida-no-brasil



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