segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Nióbio e terras raras em terras indígenas, pertence ao governo que não quer devolvê-lo!!!





















Mas, infelizmente, Seis Lagos está em terras indígenas e pertence ao Governo Brasileiro que parece não ter nenhum interesse em desenvolvê-lo.

Esse sim nos parece um crime de lesa-pátria, em um país que ainda luta para acabar com a pobreza. Não é dos contrabandistas fantasmas de nióbio que temos que ter medo, mas sim do Governo que se omite e nada faz.

Existe, agora, uma nova chance criada pelo novo Código Mineral, ainda não aprovado, que faz da CPRM a grande pesquisadora nacional. Talvez a CPRM volte ao Projeto Seis Lagos e finalize aquilo que começou, e nunca terminou, há quase 50 anos atrás. É o mínimo que o Governo deve fazer pela sociedade.

Este desinteresse do nosso Governo, junto com o possível tamanho de Seis Lagos nos leva a perguntar sobre os porquês.

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O NIÓBIO E A "OPEN" [1]


Por que o Brasil não desenvolve essa jazida que dizem estar sendo dilapidada por contrabandistas que usam os índios e até a Funai para extrair o nióbio?


A principal aplicação do nióbio é na indústria siderúrgica. Ele é um metal importante, pois os aços com nióbio tem uma maior resistência e tenacidade e melhor soldabilidade. Mas, como veremos a seguir, o metal ainda está longe de ser tudo aquilo que se propaga na internet e que nos faz, muitas vezes, ficar indignados.

Quando falamos de nióbio falamos, obrigatoriamente da brasileira controlada pelo Grupo Moreira Salles, a CBMM.

A  Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração, CBMM, é a maior produtora de nióbio do mundo. Ela é, também, a detentora das maiores reservas de pirocloro, o principal mineral de nióbio e extraído em 97% dos jazimentos de nióbio do mundo.



A foto acima mostra a operação a céu aberto da CBMM em Araxá

Minas Gerais, onde é lavrado o pirocloro.

Mas o que a teoria da conspiração mais fala é sobre o Complexo Carbonatítico de Seis Lagos, um gigadepósito de nióbio que, segundo se fala, está enriquecendo compradores fantasmas de todo o mundo enquanto o Brasil patina no seu terceiro-mundismo.

O Carbonatito de Seis Lagos, localizado próximo a São Gabriel da Cachoeira, no meio da floresta amazônica, atiça a curiosidade pública e é o ponto mais controverso do assunto nióbio no Brasil.

Os recursos de Seis Lagos (imagem satélite), empiricamente testados pela CPRM, aparentam ser gigantescos. Um cálculo muito preliminar feito pela CPRM mostra um jazimento de mais de 2 bilhões de toneladas com teores de Nb2O5 acima de 2%. Se esses números forem confirmados a jazida tem condições de mudar o panorama do nióbio inundando o mundo com esse metal. Se esse for o caso o nióbio continuará tão valioso quanto hoje?

O que nós realmente sabemos sobre esse depósito é, ainda, muito pouco.

Foi no final da década de 60, com uso das imagens do RADAMBRASIL, que os geólogos da CPRM fizeram a descoberta de uma estrutura semi-circular com mais de 8.000m de eixo maior, imediatamente apelidada de Seis Lagos.

Nesta época a CPRM ainda fazia pesquisa mineral relevante.

Na fase inicial da pesquisa em Seis Lagos a CPRM plotou 4 furos exploratórios que intersectaram lateritas, gnaisses e carbonatitos. A laterita, que tinha espessura variando entre 9 a 255m, apresentava zonas enriquecidas em nióbio e terras raras. Esta cobertura laterítica, que é o minério de Seis Lagos, foi subsequentemente estudada pela CPRM que fez  apenas quatro novos furos com 60 metros de profundidade cada e cubou uma imensa jazida de nióbio.

A CPRM chegou a conclusão de que Seis Lagos era um depósito de 2,89 bilhões de toneladas com teor médio de 2,81% de Nb2O5. Essa reserva, sozinha,se existente, é muitas vezes maior do que todas as demais reservas de minério de nióbio conhecidas no mundo.

Será que esses números são reais?  Qual a confiabilidade que esses cálculos devem ter?

É muitíssimo improvável que eles se aproximem da realidade, pois são cálculos primários que jamais deveriam ter sido publicados da forma como foram.

Sabemos, através de estudos posteriores, que foram descobertos níveis estéreis, sem nióbio, dentro da laterita. Tratar, portanto, a laterita de Seis Lagos, como uma unidade única e homogênea é uma generalização que leva a erros que irão, provavelmente, inflacionar as reservas.

Mais ainda, cubar um jazimento de grande área, sem mapeamentos geológico e topográficos de ultradetalhe e sondagem em malha de alta densidade, onde ostodos os furos devem atravessar a mineralização é, com certeza, uma imensa inferência que nunca será certificada por nenhum protocolo usado fora do Brasil como o Jorc ou NI-43101.

Em outras palavras, quando se fala em números, Seis Lagos ainda é apenas um sonho que pode se transformar em pesadelo após um trabalho técnico adequado.

Isso sem falar na metalurgia, de que nada sabemos.

Ainda não foram feitas rotas econômicas para a extração do nióbio do rutilo de Seis Lagos. Não sabemos os custos da metalurgia desta jazida, que, com certeza, irão ser um importante componente no fluxo de caixa da mina.

A resposta a essas perguntas está logo ali, com a CPRM e com o MME. O Governo, que é o dono atual da jazida, deve à sociedade brasileira um trabalho de qualidade, que possa ser aceito pelo país, pelo mercado e pelos profissionais e empresas da área.

Enquanto isso não for feito qualquer numerologia ligada a Seis Lagos será mera especulação.


Contrabandear minério de 2% dos confins da Amazônia, sem logística, em pequenos aviões é, com certeza, sonho de quem não entende de economia mineral. (É bom saber e pesquisar sobre a pista clandestina construída por Lula em 2004 fronteira com a Venezuela).


Talvez o contrabando de concentrado de columbita-tantalita de alguns pegmatitos da Amazônia esteja nas raízes desta teoria da conspiração. A columbita é um mineral de nióbio que se associa à tantalita e tem um bom preço no mercado. É esse preço que permite o contrabando de concentrados de columbita-tantalita para fora do Brasil a partir, principalmente do Amapá.

No gráfico abaixo vemos que o preço do metal está se mantendo constante, em torno de US$30/kg nos últimos anos.



 Já o minério de Seis Lagos, que é a base de um rutilo com Nióbio na estrutura, um mineral cuja metalurgia pouco ou nada se conhece, com apenas 2% de Nb2O5, com certeza não pode ser economicamente contrabandeado.

Imagine transportar um produto com apenas 2% de Nb2O5, que vale pouco mais de US$0,6/kg em um avião que transporta apenas 500 quilos de carga...
(É bom saber e pesquisar sobre a pista clandestina construída por Lula em 2004 fronteira com a Venezuela).

O preço desta carga não paga nem o custo do combustível. Vai ser muito difícil encontrar um piloto kamikaze, burro o suficiente, que faria uma operação ilegal e perigosa sem lucro como essa... ou um comprador disposto a investir em caros estudos metalúrgicos para processar centenas de quilos... Sonho!

Se hoje as grandes produtoras já não conseguem vender todo o seu nióbio o que acontecerá quando novas minas entrarem em produção e a oferta for muito maior?

Os preços cairão!

A realidade é que a própria CBMM, a maior produtora do mundo, está exportando abaixo de sua capacidade. A crise de 2008 ainda não acabou para o nióbio.

A produção da CBMM vem caindo sistematicamente desde 2008, quando superou as 70.000 toneladas do metal. Em 2013, apesar dos esforços, a empresa exportou apenas 68.000t, 22.000 toneladas abaixo da capacidade instalada de 90.000t por ano.

Este é um ponto interessante, que coloca o assunto nióbio na devida perspectiva: a produção total de um ano da CBMM equivale a menos do que a Petrobras fatura em apenas dez dias. Ao contrário do que alguns pensam o nióbio não é ouro...e a procura, hoje, é menor do que a oferta.

Infelizmente o nióbio não tem a força que irá projetar o nosso país ao lugar de maior do mundo, como muitos “experts” propagam. Mesmo se Seis Lagos for tão grande quanto a CPRM inferiu...

Mesmo assim o negócio é bom, e a CBMM, com teores bem abaixo dos existentes em Seis Lagos, tem excelentes lucros fazendo do nióbio o terceiro item da pauta mineral de exportação do Brasil

As previsões para o futuro fazem a CBMM prever, com otimismo, um aumento de sua capacidade para 150.000t, em 2016. Se continuar como hoje o mercado pode não absorver esse excesso de oferta.

A CBMM, entretanto, espera poder criar novas aplicações para o nióbio através de seu Centro de Tecnologia e dos programas que ela financia em institutos e universidades.

Nada é de graça: é através de muito investimento e pesquisa de ponta que, aos poucos, se desenvolvem novas aplicações que permitem o crescimento do mercado.

No caso do nióbio a demanda se relaciona diretamente aos seus usos na indústria.

Se os preços caírem em decorrência de uma maior oferta é provável que o nióbio comece a substituir outros metais como o próprio cobre. No outro lado desta moeda, se os preços subirem, serão necessários novos usos, onde só o nióbio pode ser utilizado, para que haja a manutenção dos preços.

Parece lógico que se os preços melhorarem novos projetos de mineração (veja a lista abaixo) serão viabilizados. Afinal o nióbio não existe somente em solos brasileiros...

Certamente esse excesso de produção irá enfraquecer o mercado criando mais um componente importante neste jogo de força.


Como você já deve ter percebido, a realidade é bem mais dura do que parece.

Sabemos que o nióbio tem um bom preço, mas sabemos também que o mercado está saturado e não consegue absorver maiores quantidades, o que obriga a líder de mercado, a CBMM, a investir 2% de seu faturamento na pesquisa de novos usos e aplicações necessários para garantir as suas vendas no futuro.

Com a entrada de uma grande jazida, tipo Seis Lagos, em produção serão deslocadas, em primeiro lugar, aquelas mineradoras que produzem o nióbio com custos mais elevados. O excesso de produção só poderá ser assimilado se a indústria usar o nióbio em novas aplicações e ligas. Mesmo assim o preço irá cair em função do aumento de produção.

Fica claro que a teoria da conspiração do nióbio é mais um conto de fadas da internet já que, infelizmente, o nióbio não tem todo o valor que querem lhe atribuir.

Mesmo não tendo a força do minério de ferro e do petróleo o nióbio é, obviamente importantíssimo. Não é aceitável que o nosso país jogue no lixo do esquecimento reservas potenciais como Seis Lagos. É preciso equacionar definitivamente esse problema.

Cabe ao Governo Brasileiro uma explicação adequada sobre o assunto e sobre as riquezas minerais que ele gerencia.

Afinal, como vamos construir uma sociedade melhor, mais rica e mais justa se abandonarmos jazidas como Seis Lagos que nos colocam como líderes mundiais de um metal que ainda pouco se conhece?

O Brasil tem que:

-finalizar os cálculos de reservas e os estudos metalúrgicos de Seis Lagos
-estudar melhor o metal e seus usos na indústria, maximizando este bem mineral que nos coloca em posição de vantagem a nível mundial.
-usar o nióbio para o seu crescimento e desenvolvimento.


[1] http://niobiomineriobrasileiro.blogspot.com.br/2010/12/niobio-minerio-brasileiro-parte-02_15.html  ROBERTO GAMA e SILVA - Contra-Almirante Reformado

- crpédiutospor 

domingo, 10 de janeiro de 2016

Ibama não deu opção aos índios Waimiri Atroari

07/01/2016 22:28
Presidente da Funai deu aval ao Ibama, que emitiu Licença Prévia do processo ambiental dentro da reserva sem consultar os indígenas. (Foto: Mário Vilela/Funai)
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Os índios Waimiri Atroari estão contestando o aval que o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o petista João Pedro Gonçalves da Costa, concedeu ao Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e que permitiu, em 9 de dezembro passado, a emissão da Licença Prévia ambiental à concessionária Transnorte Energia S/A, responsável pela construção de 125 km da Linha de Transmissão Manaus-Boa Vista dentro do território indígena. A maior parte do território Waimiri Atroari fica localizada no Estado do Amazonas, mas abrange também a região sul de Roraima.
Em carta enviada à presidente do Ibama, Marilene Ramos, no dia 1º de dezembro, portanto, oito dias antes da emissão da Licença Prévia, 23 lideranças Waimiri Atroari afirmam que a etnia não foi consultada previamente por João Pedro Gonçalves sobre os impactos socioambientais da obra na terra indígena. Para construir a linha de transmissão, serão instaladas cerca de 250 torres de sustentação, o que levará centenas de operários para dentro da reserva onde vivem mais de 1,6 mil índios considerados de recente contato pela Funai.
A consulta prévia é determinada pela Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o seu descumprimento constitui numa violação de direitos do povo. A OIT foi ratificada pelo governo brasileiro em 2002.
“A nossa comunidade não foi consultada previamente sobre o referido empreendimento e que em função do licenciamento por parte do Ibama, há problemas internos entre os grupos sociais que compõe a nossa Nação. (…) A Funai, mesmo sendo uma instituição do governo com missão de defender os direitos dos índios do Brasil, legalmente não pode falar em nome da nossa Comunidade Waimiri Atroari”, dizem os índios na carta encaminhada à Marilene Ramos, a qual a agência Amazônia Real teve acesso exclusivo.
A Licença Prévia do Ibama foi o primeiro passo do processo ambiental para que a concessionária Transnorte Energia S/A (formada por consórcio entre a Alupar e Eletronorte) consiga a Licença de Instalação, esperada para iniciar a obra. A linha de transmissão terá um total de 721 km partindo de Manaus para gerar 500 KV de energia em Boa Vista a partir da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. O linhão ligará o Estado de Roraima ao Sistema Integrado Nacional do Ministério de Minas e Energia (MME).
Segundo o Ibama, o traçado escolhido pela concessionária Transnorte Energia S/A é a alternativa 1, que consta do Estudo de Impactos Ambientais (EIA-Rima), que contemplou, em 2014, os estudos do componente indígena. O percurso vai acompanhar o acostamento da rodovia federal BR-174.
Foi nos anos 70, durante o governo da ditadura militar, que a estrada foi aberta dentro da terra indígena à revelia dos índios. Mais de 1,1 mil indígenas morreram em conflitos e doenças, conforme consta em documentos de investigação de crimes de violação de direitos humanos da Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada pela Presidência da República.
Na carta, o líder da comunidade Waimiri Atroari, Mário Paruwe Atroari, e mais 22 indígenas afirmam que desde que tomaram conhecimento do aval da Funai ao Ibama para execução da obra do Linhão de Tucuruí, “dificuldades já estão ocorrendo na comunidade, surgindo conflitos que estavam contidos desde a abertura da BR-174”.
 “(…). Não somos contra a luz chegar em Roraima, só não entendemos de o porquê da Linha ter de ser dentro da nossa terra, trazendo de volta um passado que gostaríamos que não tivesse acontecido, no qual nossos parentes foram mortos e não tínhamos o direito de ter opinião. (…). Por favor, repetimos, não considere os termos do ofício que a Funai escreveu para o Ibama, como sendo uma autorização da Comunidade Waimiri Atroari. (…) Nós não falamos para o Presidente da Funai para ele autorizar o Ibama a emitir a licença”, diz a carta das lideranças.

O interesse político da obra

João Pedro Gonçalves visitou a terra indígena em outubro de 2015 (Foto: Mário Vilela/Funai)
João Pedro Gonçalves (de camisa azul) visitou a terra indígena em outubro de 2015 (Foto: Mário Vilela/Funai)

O presidente da Funai João Pedro Gonçalves, que assumiu o cargo por indicação do ministro de Minas Energia, ex-senador Eduardo Braga (PMDB/AM), fato que causou surpresa no movimento indígena pelo alinhamento político entre os dois (saiba mais aqui), autorizou o Ibama a conceder a Licença Prévia do chamado Linhão de Tucuruí, no dia 25 de novembro passado.
No documento, João Pedro alertou o Ibama sobre os possíveis impactos socioambientais da obra à etnia. “(…) No cumprimento de nossa missão institucional, é necessário alertar que qualquer intervenção naquela terra indígena sem a necessária construção de um consenso entre seus moradores, poderá acarretar novos conflitos que não são desejáveis nem ao empreendedor e tampouco àquela comunidade”, diz.
Mas, em outro trecho do ofício, João Pedro Gonçalves destacou a importância da obra do Linhão de Tucuruí, liberando o empreendimento.
“(…). Entretanto ao destacar que o Ibama, enquanto autoridade licenciadora já se manifestou acerca do melhor traçado para a Linha de Transmissão (…), e uma vez caracterizada, pelo governo federal, a imprescindibilidade da obra em seu traçado proposto (…), resta a esta Fundação, apresentar as condicionantes cabíveis no que se refere ao componente indígena (…)”, afirma o presidente da Funai.

Antes da decisão de João Pedro em favor da obra, o ministro Eduardo Braga já tinha acionado a Advocacia Geral da União (AGU) e o Ministério da Justiça para gestões junto à Funai visando o andamento do processo de licenciamento ambiental da linha de transmissão de Tucuruí. Chamado de “ação de obrigação de fazer”, o processo determinou que a Funai não impusesse mais restrição ao Linhão, como publicou o jornal O Estado de S. Paulo.
O motivo da ação do ministro Eduardo Braga foi porque a concessionária Transnorte Energia S/A comunicou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que tinha desistido da obra por causa da falta de licenciamento ambiental e ações judiciais.
Com a anuência da Funai, no dia 9 de dezembro de 2015 a presidente do Ibama, Marilene Ramos, concedeu a Licença Prévia à concessionária Transnorte Energia, formada por consórcio entre a Alupar (uma holding de controle nacional privado com atuação no setor de energia no Brasil, no Chile, na Colômbia e no Peru) e a Eletronorte (subsidiária da Eletrobras, que é responsável pelo controle de 45 usinas hidrelétricas no país). A licença ambiental indica a viabilidade do empreendimento por cinco anos, a contar de 2015. A conclusão da obra é prevista para 2018.

Ibama não deu opção aos índios

Índios dizem que João Pedro não fala por eles (Foto: Mário Vilela/Funai)
Índios dizem que João Pedro não fala por eles (Foto: Mário Vilela/Funai)

Também no dia 9 de dezembro, a presidente do Ibama, Marilene Ramos, respondeu aos questionamentos dos índios Waimiri Atroari em carta. No documento, que a reportagem teve acesso, o Ibama diz aos índios que os impactos socioambientais da obra do Linhão de Tucuruí dentro da terra indígena foram objetos do Estudo e Relatório de Impactos Ambientais (EIA-Rima). A versão final do estudo contemplou o componente indígena. Em 2014 foram realizadas audiências públicas em três cidades, das oito em que a linhão vai passar, mas o Ibama não cita a consulta aos índios.
Segundo a carta de Marilene Rocha, o EIA-Rima avaliou quatro alternativas de traçado da linha de transmissão de Manaus à Boa Vista: o n. 1, com 721 km, percorre 125 km dentro da reserva pelo acostamento da BR-174, passando por aldeias; o n. 2, com percurso de 716 km, passa pelos limites da terra indígena; o de n. 3, com 868 km, entra nas ocupações dos índios; e o de n. 4, de 902 km, segue a oeste e ao sul da TI Waimiri Atroari, sem interferir nas aldeias, mas este implica na abertura de estradas de uma região mais preservada da Amazônia.
O traçado escolhido, diz Marilene Ramos, foi a opção n. 1, que apresentou o de menor impacto ambiental à implantação do empreendimento, mas que fica dentro da TI Waimiri Atroari.
“O Relatório indica que o aspecto desfavorável à alternativa 1 é a necessidade de passagem na Terra Indígena Waimiri Atroari, porém vale ressaltar que já existe empreendimento nessa condução, no caso a BR-174, que já promoveu a fragmentação do ambiente florestal e as devidas consequências desse processo, assim como o impacto sobre a comunidade indígena, representando, portanto, um corredor de infraestrutura já consolidada”, disse à presidente do Ibama aos índios.

Na carta, Marilene Ramos não explicou aos índios quais impactos ambientais existem nas alternativas 2 e 3, e descartou completamente o traçado n. 4, que, segundo ela, seria o de maior impacto ambiental, pois a região que sofreria a intervenção do Linhão de Tucuruí não conta com rodovias e estradas.
“A alternativa 4 apresenta-se totalmente preservada, sendo um dos aspectos mais críticos e sensíveis, quando se avalia (…) que a abertura de nova zona de uso na região intacta a este da TI (Waimiri Atroari) traria grande pressão de ocupação futura na região e graves impactos ambientais, inclusive sobre a TI”, diz trecho da carta do Ibama.

MPF pede a nulidade da Licença Prévia

O índio Mario Paruwe Atroari com o diretor de Transmissão da Eletrobras,  José Antonio Muniz Lopes (Foto: Mário Vilela/Funai)
O índio Mario Paruwe Atroari com o diretor de Transmissão da Eletrobras, José Antonio Muniz Lopes (Foto: Mário Vilela/Funai)

Com base na carta dos índios Waimiri Atroari ao Ibama, o procurador da República no Amazonas, Fernando Merloto Soave ingressou com uma ação civil pública, no dia 16 de dezembro de 2015, pedindo à Justiça Federal a nulidade da Licença Prévia no processo do Licenciamento Ambiental do Ibama. A ação pede também a condenação da União, do Ibama, da Funai e da concessionária Transnorte Energia S/A à obrigação de fazer a consulta prévia, livre e informada aos índios, nos termos da Convenção nº 169/OIT, “mediante as condições previamente acordadas com o povo Waimiri Atroari”.
Na ação, o procurador Fernando Soave afirma que o ofício do presidente da Funai, João Pedro Gonçalves, dando o aval ao Ibama para a Licença Prévia demonstrou “caráter dúbio” em contraposição aos direitos garantidos e aos interesses legítimos do povo Waimiri Atroari.
“Ao mesmo tempo em que [João Pedro] alerta para os graves danos que estão sendo e serão ocasionados ao povo Waimiri Atroari, que ressalta a situação vulnerável e de recente contato dos indígenas, e reforça a necessidade de consenso entre os moradores (necessidade de decisões coletivas), nada alerta sobre a necessidade de oitiva prévia, livre e informada, nos termos da Convenção nº 169 da OIT”, diz o procurador.


Uma obra à revelia da etnia


José Porfirio Carvalho (de preto) é o porta voz da etnia (Foto: Máio Vilela/Funai)
José Porfirio Carvalho (de preto) é o porta voz da etnia (Foto: Máio Vilela/Funai)
Em entrevista exclusiva à agência Amazônia Real, o porta-voz dos índios Waimiri Atroari, o sertanista José Porfírio Carvalho, afirma que além de não fazer a consulta prévia, a Funai e o Ibama também não concederam o direito aos índios de apresentarem um outro traçado como alternativa da obra dentro da reserva.
“Os índios Waimiri Atroari não tiveram nenhuma opção em decidir ou concordar com nada. Tudo está sendo feito à revelia deles. A sugestão nossa, e que não está sendo considerada oficialmente, é que a linha seja a partir de Caracaraí (RR) passando pela margem direita do rio Branco até Manaus, sem qualquer interferência na Terra Indígena. Não é nenhuma das opções apresentadas pelo Governo. Os Waimiri Atroari não têm nenhum interesse em que essa linha seja construída por dentro de suas terras”, afirmou o sertanista.
José Porfírio Carvalho é coordenador do Programa Waimiri Atroari, que desenvolve ações de saúde, educação e proteção da reserva e possibilitou retirar os índios do risco de extinção por causa de obras de grandes empreendimentos em suas terras. O Programa Waimiri Atroari (PWA) foi criado pela Eletronorte (subsidiária da Eletrobras) na década de 80, após inúmeras mobilizações sociais e do movimento indígena para garantir compensações e mitigações dos impactos causados ao povo Waimiri Atroari pela Usina Hidrelétrica de Balbina.
No dia 1º. de outubro de 2015, o presidente da Funai, João Pedro Gonçalves, acompanhado do diretor de Transmissão da Eletrobras, Antônio Muniz Lopes, e da governadora de Roraima, Suely Campos (PP) participaram de uma reunião dentro da reserva Waimiri Atroari.
Mas o encontro não foi uma consulta pública, segundo José Porfírio Carvalho. Ele disse que as autoridades foram acompanhadas de técnicos do Ibama e do Ministério de Minas e Energia e apresentaram aos índios o projeto da obra, mas não houve entendimento com relação ao traçado dentro da terra indígena Waimiri Atroari, que tem 2,5 milhões de hectares.
“Os índios queriam e querem saber quais as razões concretas da opção de o traçado ser instalado dentro das terras indígenas e não por outra opção. Nem a governadora nem os técnicos do Ibama e do Ministério de Minas e Energia conseguiram explicar os motivos. Nada ficou acertado”, afirma José Porfírio Carvalho.
Porfírio Carvalho assegura que a passagem da linha de transmissão pelo território indígena causará grave impacto ambiental e na vida dos indígenas.
“O principal impacto é o processo construtivo, onde para cada obra estarão circulando dentro de suas terras 100 homens, máquinas, isto multiplicado por 250 [torres] é um impacto de dimensão violenta”, observou o sertanista.
Além disso, os índios temem uma possível invasão de garimpeiros. “Bastará um dos trabalhadores que irão cavar buracos dentro da terra indígena falar que achou uma pepita de ouro ou algumas gramas de outro minério, mesmo que não seja verdade, que a terra indígena será violentamente invadida”, disse Porfírio Carvalho, lembrando o caso dos índios Yanomami, que há mais 30 anos denunciam a invasão de garimpeiros em seu território, em Roraima e norte do Amazonas.
Conforme o coordenador do programa de proteção dos Waimiri Atroari, os índios não exigem compensação da obra do linhão, como já aconteceu na construção da hidrelétrica de Balbina, nos anos 80, e na pavimentação da BR-174, nos anos 90.
“A execução da obra, à revelia deles, pode resultar em confronto. Os Waimiri Atroari não querem dar a última palavra. Eles não querem que o linhão passe dentro de suas terras. Mas ainda não disseram isto publicamente, pois se disserem que não deixam passar, eles vão lutar todo dia para que não seja construída, mesmo que resulte em morte deles como já ocorreu na fase da construção da BR-174”, advertiu Porfírio Carvalho.

 

Funai fica em silêncio a críticas

A agência Amazônia Real procurou a assessoria de imprensa da Presidência da Funai para comentar as críticas dos índios Waimiri Atroari e os questionamentos do sertanista José Porfírio Carvalho sobre a obra do Linhão de Tucuruí na reserva, mas o órgão não respondeu às perguntas enviadas por e-mail.
Em respostas à reportagem, a assessoria da Presidência do Ibama informou que, para concessão de licenças ambientais em situações que envolvem questões indígenas, adota os procedimentos estabelecidos pela Portaria Interministerial 060/2015.
Neste caso da obra da Linha de Transmissão Manaus-Boa Vista dentro da terra indígena Waimiri Atroari, segundo o Ibama, a Licença Prévia (LP 522/2015, de 09 de dezembro de 2015) foi concedida após o recebimento do ofício da Presidência da Funai, em 25 de novembro de 2015. No documento, o Ibama diz que a fundação manifestou as condições que entendeu necessárias para a mitigação dos impactos relacionados ao componente indígena. Tais condições foram observadas pelo Ibama no texto da licença emitida.
“A LP não autoriza o início das obras, ela indica a viabilidade ambiental do empreendimento. Para sua execução é necessária a obtenção da Licença de Instalação (LI). Nesta etapa do processo de licenciamento serão descritos os planos de programas ambientais e medidas de controle de impacto, incluindo os impactos relacionados aos povos indígenas”, afirma a nota do Ibama.

Fim de apagões em Roraima

A governador de Roraima, Suely Campos (PP) durante reunião na aldeia (Foto: Mário Vilela/Funai)
A governador de Roraima, Suely Campos (PP) durante reunião na aldeia (Foto: Mário Vilela/Funai)
Desde o ano de 2001, o Estado de Roraima é abastecido pela transmissão de energia da hidrelétrica de Guri, na Venezuela. Ainda que o contrato seja de 20 anos para fornecimento de 200 megawatts, o país vizinho tem reduzido sistematicamente o fornecimento de energia, que tem sido suprido com o uso de termelétricas roraimenses. Mesmo assim a capital Boa Vista, que tem mais de 320 mil habitantes, sofre com apagões e queda de energia contínuos.
Segundo o Governo de Roraima, o Linhão de Tucuruí suprirá a deficiência no sistema energético do Estado. A linha de transmissão vai atravessar as cidades amazonenses de Manaus, Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo, além das roraimenses Rorainópolis, Mucajaí, Caracaraí, São Luiz, Cantá, chegando em Boa Vista.
Em respostas às perguntas da Amazônia Real, a assessoria de imprensa da governadora de Roraima, Suely Campos, confirmou que ela participou da reunião no dia 1º de outubro dentro da TI Waimiri Atroari a convite da Funai.
“Nesta ocasião, a governadora pediu que eles [os índios] consentissem a obra, levando em conta que o impacto ambiental seria mínimo e o linhão é fundamental para o desenvolvimento do estado de Roraima, que sofre risco de apagão. Guri não atende mais a demanda do estado. Somente este ano já foram instaladas três termelétricas, visando atenuar o problema”, diz a nota.
O Ministério de Minas e Energia também foi procurado para comentar as denúncias dos índios Waimiri Atroari, mas a assessoria respondeu que as respostas das perguntas estavam em nota divulgada no site do órgão.
Segundo a nota, a obra o Linhão de Tucuruí apresenta atraso no cronograma de cinco anos. A linha foi licitada em setembro de 2011. O contrato de concessão, com o consórcio Transnorte, formado pela Eletronorte e a Alupar, foi assinado em janeiro de 2012. A obra deveria ter entrado em operação em janeiro de 2015. Mas a justiça acatou pedido do Ministério Público Federal para embargar a obra.
O caso aconteceu em 2011, quando a Justiça Federal declarou a nulidade do leilão da Aneel de um dos lotes da linha de transmissão e suspendeu o processo de licenciamento ambiental. O traçado escolhido pela Transnorte estava em área delimitada como ocupação dos índios isolados Pirititi, em Roraima.  A ação do MPF questionava também o edital para as obras do linhão por não considerar outras alternativas de locais para o traçado e a falta de consulta aos indígenas na definição da área escolhida. Os efeitos da liminar foram suspensos pelo Tribunal Federal da Regional da 1ª. Região.
Em nota divulgada pela agência Eletronorte na internet, a Transnorte Energia S/A se apresenta como uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) composta pela Alupar, com 51% de participação societária, e Eletronorte, com 49%. A concessionária da Linha de Transmissão Manaus-Boa Vista diz que já investiu na obra R$ 250 milhões, recursos que contemplaram estudos relativos ao empreendimento, planejamento, aquisição dos cabos, principalmente, na aquisição, instalação e colocação em operação do compensador estático. A previsão de investimento total era da ordem de cerca de R$ 890 milhões.
Sobre a emissão da Licença Prévia do Ibama, o diretor-técnico da Transnorte, Raul Fernando, Ferreira disse, segundo a agência Eletronorte, que a concessionária estava buscando parceiros para fazer o Plano Básico Ambiental Indígena (PBA-I) para obter a Licença de Instalação (LI) e iniciar as obras. “Esse trabalho de interação com as aldeias, juntamente com a Funai e o Ibama, depende das atividades da comunidade indígena. A construção da linha está prevista para um prazo entre 20 e 24 meses, após a aprovação do Plano Ambiental e da posterior emissão da LI”, afirmou em nota.

Índios morreram em obras da ditadura


A nova geração dos Waimiri Atroari (Foto: Mário Vilela/Funai)
A nova geração dos Waimiri Atroari (Foto: Mário Vilela/Funai)
Os índios Waimiri Atroari se autodenominam “kinja”, palavra que significa “gente” na língua Karib. Há 45 anos, eles não tiveram voz que impedisse a construção da rodovia federal BR-174. Também não foram ouvidos quando foi construída a usina hidrelétrica de Balbina dentro de seu território, que fica na divisa entre os Estados do Amazonas e Roraima.
Nos anos 70, outro projeto governo militar que afetou a TI Waimiri Atroari foi a implantação da mineração Grupo Paranapanema. Um decreto presidencial desapropriou parte das terras dos índios para a produção de cassiterita.
Segundo José Porfírio Carvalho, dos 1.500 indígenas Waimiri Atroari que viviam no território em 1971, início da construção da rodovia federal BR-174 pelo Exército brasileiro, 1.126 morreram durante a obra, que foi finalizada em 1977.  Dos 974 km de rodovia abertos, 125 km cortaram o meio da terra indígena Waimiri Atroari.
Em 1996, os índios Waimiri Atroari foram indenizados com um pagamento de R$ 1,7 milhão pelos governos do Amazonas e de Roraima por danos socioambientais causados pelas obras de pavimentação da BR-174. Apesar da indenização, os indígenas mantêm o bloqueio para o transporte de veículos na estrada, das 18h às 6h. O objetivo é diminuir os atropelamentos de animais silvestres e de índios, que caçam no período noturno.
O Governo de Roraima moveu uma ação contra o bloqueio, justificando que ele dificulta o desenvolvimento econômico do Estado. O processo tramita na Justiça Federal.
Conforme parecer do Ministério Público Federal de Roraima, a construção da BR-174 provocou um impacto devastador à organização social, aos costumes, crenças e tradições do povo Waimiri Atroari, infringindo direitos humanos e direitos fundamentais, atualmente expressamente reconhecidos pelo artigo 231 da Carta Magna, além da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho.
As mortes dos Waimiri Atroari durante a ditadura militar foram denunciadas à Comissão Nacional da Verdade (CNA) em 2013, mas nenhum militar foi responsabilizado.

A inundação de Balbina

Integrante do consórcio que formou a Transnorte Energia S/A para construir o Linhão de Tucuruí, a Eletronorte foi a responsável, em 1985 a 1989, pela obra da Usina Hidrelétrica de Balbina, no Amazonas. O lago que formou o reservatório da usina inundou 30 mil hectares de floresta da terra indígena Waimiri Atroari.
Segundo documentos públicos da Eletronorte, duas aldeias foram realocadas do local original para outra parte do território. Para mitigar os danos, a Eletronorte fez um convênio com a Funai para desenvolver ações de mitigações na área inundada e compensar financeiramente os índios atingidos pela obra. Os valores da compensação nunca foram divulgados.
Os recursos propiciaram a criação do Programa Waimiri Atrori que há 30 anos desenvolve ações integradas nas áreas de saúde, educação, proteção ambiental e apoio à produção alimentar, o que permitiu a população sair do risco de extinção. A população só conseguiu se recuperar com as ações do PWA.
Mas especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpe), como o ecólogo Philip Fearnside, afirmam que Balbina foi o maior desastre ambiental da Amazônia e um erro financeiro, pois sua potência energética de 250 megawatts foi insuficiente para abastecer Manaus, hoje com mais de 2 milhões de habitantes.
FOTO FUNAI WAIMIRI 4
Waimiri Atroari dizem que autorização do licenciamento já causa conflitos (Foto: Mário Vilela/Funai)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A OIT/169 que Dilma não retificou impede agora pelas TIs que a população de Roraima e futuramente Manaus tenha energia elétrica

Os índios Waimiri Atroari estão contestando o aval que o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o petista João Pedro Gonçalves da Costa, concedeu ao Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e que permitiu, em 9 de dezembro 2015 a emissão da Licença Prévia ambiental à concessionária Transnorte Energia S/A, responsável pela construção de 125 km da Linha de Transmissão Manaus-Boa Vista dentro do território indígena. A maior parte do território Waimiri Atroari fica localizada no Estado do Amazonas, mas abrange também a região sul de Roraima.
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Folha de Boa Vista - 23/11/2009
O senador Augusto Botelho (PT) disse acreditar que a construção das hidrelétricas do Paredão, no Município de Alto Alegre, Cotingo, em Uiramutã, e Bem-Querer, em Caracaraí, será uma realidade em longo prazo CADÊ SENADOR!
Em carta enviada à presidente do Ibama, Marilene Ramos, no dia 1º de dezembro 2015, portanto, oito dias antes da emissão da Licença Prévia, 23 lideranças Waimiri Atroari afirmam que a etnia não foi consultada previamente por João Pedro Gonçalves sobre os impactos socioambientais da obra na terra indígena. Para construir a linha de transmissão, serão instaladas cerca de 250 torres de sustentação, o que levará centenas de operários para dentro da reserva onde vivem mais de 1,6 mil índios considerados de recente contato pela Funai.
A consulta prévia é determinada pela Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o seu descumprimento constitui numa violação de direitos do povo. A OIT foi ratificada pelo governo brasileiro em 2002. QUE DILMA NÃO RETIFICOU, NÃO DENUNCIOU JUNTO A ONU ATÉ 24/07/2014
A Maldita Cimi à serviço do Governo Mundial e a FUNAI conivente com o Governo Federal.
 Dilma Rousseff, homologa três terras indígenas na Região Norte do país. A demarcação de 232.544 hectares atende a quatro etnias nos estados do Amazonas e do Pará.
ENQUANTO ISSO, circula a mentira do decreto abaixo como da demarcação das TIs pelo governo federal
Art.1o Este Decreto regulamenta a Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015, que dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, e não em demarcação!!!

NO  ENTANTO, DECRETO No - 8.433, DE 16 DE ABRIL DE 2015 Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 215!! JUCÁ!,  Não conseguimos localizar na internet  sua publicação na íntegra no Diário Oficial da União, como homologação das terras indígenas, para analisar todo o seu conteúdo!!, esse governo comandado pelo inconstitucional Fôro de SP omite mesmo suas façanhas, engana o povo brasileiro de todas as formas, permitindo a não nacionais comandar os indígenas. 

Dilma Rousseff, Cadê o Decreto que homologou 232.544 hectares de terras na Amazonia??

Segundo o decreto (que decreto!?!), a posse permanente da terra é destinada ao grupo indígena kaixana. A primeira área demarcada inicia na margem direita do Rio Mapari fechando o perímetro no lago Mapari. A nova terra indígena demarcada tem perímetro de 353.150.86 metros e a área com 157.246 hectares, 22 ares e 70 centiares.
- Habitada por índios kaixana, a Terra Indígena Mapari, no Amazonas,  fica na região do Alto Solimões  é a maior das três novas reservas, está localizada nos municípios de Fonte Boa, Japurá e Tonantins.
- Os Kaixana que vivem na Terra Indígena Mapari habitam tradicionalmente a microbacia do rio de águas pretas denominado Mapari, que constitui-se uma região frágil e limitada do ponto de vista ecológico. 
O QUE PENSAR? Porque os índios não foram removidos para outra área não de fronteira?
- Vejam no mapa acima, a maior reserva indígena  homologada por Dilma em abril/15 fica na divisa com a Colômbia (Farc) e Venezuela (Maduro), a reserva cercará a região dos Seis Lagos em S.Gabriel da Cachoeira observem no topo do mapa abaixo,  acima de Japurá,  a cabeça do cachorro é ali, rica em nióbio, urânio, ouro, esmeraldas, terras raras,... as maiores jazidas do mundo, para quem? quem está no controle?

25/07/2014
A Presidente Dilma Rousseff NÃO retificou a OIT/ONU 169 até 24/07/2014 e NENHUMA entidade social, instituição, nem ao menos a OAB! elaborou Uma ADIN a procura de um Autor: A Lei Nº 9.868, de 10.11.1999 é a que determina quem pode propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade. Estão reservando a Amazônia brasileira para os NÃO NACIONAIS a preços cifr$dos, não para os verdadeiros índios que são massa de manobra, A FUNAI é a responsável COM AVAL DO GOVERNO pela expulsão dos índios, quilombolas, agricultores familiar, alocando os falsos índios e reservando as áreas à serviço das ONGs NÃO NACIONAIS, A SERVIÇO DE QUEM?

O nefasto PNDH3, o perigoso DDPI, a denúncia da OIT N.169, o alerta do Jurista e da OAB ao Senado, o perigo a Soberania Brasileira.


Indios doutrinados pelas,

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Romero Jucá Senador por Roraima é conivente ao projeto de doação do Brasil concebido pela ONG britânica Gaia International, cuja filial colombiana é a Fundación Gaia


(O Brasil com seus governantes corruptos, incompetentes, perderá Roraima  e toda Amazonia Legal até a Cabeça do cachorro? Para quem?) 
MAIOR RESERVA DE NIÓBIO DO PLANETA – MORRO DOS SEIS LAGOS   (São Gabriel da Cachoeira na Cabeça do cachorro, norte da Amazônia) 

AMAZÔNIA LEGAL – Patrimônio do Povo Brasileiro

*Dr. Edvaldo Tavares - 24 maio, 2008

Quando se pára um pouco, assoberbado pela profusão de informações recebidas que entopem a caixa eletrônica de 2048 MB, quase todas sobre o mesmo tema, o atualíssimo Raposa do Sol, procura-se dar uma respirada funda, pretexto para selecionar aquelas com dados adequados a um novo artigo que alerte os leitores para o perigo iminente que o Brasil ora está correndo — mais uma vez, diminuir de tamanho. Logo na lista aparece um bem oportuno, desconhecido da maioria do povo brasileiro e até dos estudantes, não encontrado nos livros de História do Brasil, a Questão do Pirara, a terra que o Brasil perdeu.
O Brasil que encolheu
Retrocedendo no tempo, pode ser detectado que o processo começou em 1810 quando ingleses, irregularmente na Região do Pirara, outrora território brasileiro, foram detidos por uma guarnição do Forte São Joaquim instalado no Rio Branco, nordeste de Roraima. Nessa época o Brasil era maior do hoje, tinha a Planície do Pirara que permitia brasileiros atingirem as Antilhas por meio do afluente, rio Rapumani, do rio Essequibo, que deságua no Mar das Antilhas ou Caribe.
Política externa mal conduzida, descaso, falta do poder de dissuasão militar e frouxidão diante das pressões inglesas, denotaram grande vulnerabilidade brasileira, uma vez que também enfrentava grave instabilidade na política interna — lutas e revolução separatista. Empregando um habilidoso golpe em cima do Brasil, os ingleses, alicerçados em tribos independentes, arrebanhadas, formadas pelos macuxis, declararam que a fronteira entre o Brasil e a Guiana era o Forte São Joaquim, no Rio Branco. Com o país combalido, as autoridades nacionais retiraram a guarnição avançada do Forte São Joaquim no Pirara reconhecendo a neutralidade da terra contestada.
A contestação foi parar no foro internacional, sendo o árbitro da contenda o Rei da Itália, Vitor Emanuel III, que, em 1904, foi favorável a Inglaterra obtendo de imediato a inexplicável e mansa aceitação do Brasil. Essa atitude apática brasileira custou ao país e às gerações vindouras a perda de 19.630 km2, área quase do tamanho do Estado de Sergipe (22.050 km2) ou mais do que a metade da Bélgica (30.519 km2), e permitiu aos ingleses o acesso ao Rio Amazonas pelos rios Ireng e Tucutu. Contribuiu para a fragorosa e preponderante derrota a ingênua retirada do destacamento militar do Pirara ocupado pelas tribos independentes.
E a história se repete
Na Questão do Pirara ficaram registrados acontecimentos que podem ser comparados com os que estão ocorrendo atualmente, a criação das condições necessárias para a futura perda de mais uma vasta área territorial, Terra Indígena Raposa/Serra do Sol (TIRSS), também no nordeste de Roraima, contígua ao Pirara, demonstrando que é um longo processo iniciado no século XIX, há 198 anos, para abocanhar áreas ricas em diversos minérios, no norte brasileiro. Inegavelmente, sabedores que entre os brasileiros poucos são versados no conhecimento da história da conquista e manutenção do patrimônio territorial, os países hegemônicos interessados, tendo à frente as ONGs (Organizações Não-Governamentais), organizações religiosas como o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e associações exemplificadas pelo Conselho Indigenista de Roraima (CIR), nacionais e internacionais, financiadas pelo governo brasileiro e alienígenas, voltam a aplicar o mesmo golpe, usando o mesmíssimo pretexto, os inocentes silvícolas, pressionando as irresponsáveis, corruptas e ignorantes autoridades brasileiras para lhes conceder gigantescas terras sob a forma de reservas indígenas.
Agora a bola da vez é a Raposa/Serra do Sol e protagonizando, em ação escalonada, os macuxis, em maioria, manipulados pelas ONGs e organizações religiosas, são os atores principais. Os países ricos da União Européia de comum acordo com os Estados Unidos da América do Norte pretendem, pressionando o governo brasileiro, estruturados no precedente estabelecido pela Portaria 580 de 15 de novembro de 1991, do Ministro da Justiça, Jarbas Passarinho, que demarcou a área indígena de 96.649 Km2, maior do que Portugal, 92.072 km2, ou, Estado de Santa Catarina, 95.443 km2, para os índios ianomâmis (TII), de inexistência comprovada — fantasiosa criação de uma antropóloga de um país europeu –, tirar de lapada mais um pedaço do chão brasileiro. A alegação, necessidade de 15.000 a 20.000 silvícolas, arregimentados para atendimento dos escusos interesses, nos mais variados graus de aculturamento, do mais modesto ao nível superior, perambularem em 17.431 km2, mais da metade da Holanda, 33.936 km2, de terra contínua — é um exagero. Seria até tolerável, em visão complacente, essa demarcação, se não abrangesse a linha de fronteira e respeitasse a faixa de 150 km de segurança territorial, não coincidindo com importantes jazidas de minerais preciosos e estratégicos.
Tendo por dados, o acontecimento histórico que culminou com a perda da Planície do Pirara, o que atualmente envolve a TIRSS e o precedente oferecido pela demarcação da TII, pode ser suposto que o objetivo imediato será a criação de situação que estabeleça dúvida quanto a propriedade da faixa da calha norte do Rio Solimões que engloba a região da "cabeça do cachorro".
As ameaças que nos rondam
Ser pacífico diante da reinante política internacional ditada pelas necessidades maiores de recursos energéticos, novas fontes alternativas de energia, do gradativo esgotamento dos recursos hídricos e aumento populacional mundial, é insuficiente para o usufruto de permanente existência em paz. Qualquer país que quiser viver livre da cobiça de outras nações, sem sofrer ameaça de guerra, precisa dispor de Forças Armadas bem treinadas e de modernos equipamentos bélicos para pronto-emprego, capazes de dissuadir qualquer tentativa de agressão.
O Brasil, em sua imensidão continental, jamais ficará livre dessas ameaças. São por demais conhecidos os privilégios abundantes que goza. Infelizmente, os governantes nacionais criam situações para que o país, à semelhança de uma roleta russa, seja exposto a riscos desnecessários adicionais.
O voto brasileiro favorável, cedendo à pressão das ONGs e índios presentes, a serviço das potências estrangeiras, na sessão da Organização das Nações Unidas (ONU), de 13 de setembro de 2007, que culminou com a aprovação da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, transferiu imensa responsabilidade à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em determinar nova demarcação da TIRSS e na não homologação da Declaração da ONU pelo Congresso Nacional Brasileiro.
A soberania brasileira depende de sábias decisões
De imediato, a esperança está em acreditar que os 11 ministros que compõem o STF estarão imbuídos da sabedoria salomônica e votarão favoravelmente pela permanência da integridade do país, determinando nova demarcação da TIRSS, em áreas descontínuas respeitando a constitucional faixa de fronteira.
Ao Congresso Nacional, pressionado pela opinião de expressiva parcela esclarecida da sociedade brasileira, caberá sepultar a maldita Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas com significativo Não, NÃO! NÃO!.
Às Forças Armadas Brasileiras, em especial a Força Terrestre, glorioso Exército Brasileiro, dispondo de equipamentos de guerra modernos e de efetivos aumentados, deverão estar em eterna vigilância para responder, caso ainda perdure a dúvida a quem pertence a Amazônia brasileira.

Fonte:

Dr. Edvaldo Tavares – Médico, CRM/DF 7265 e CRM/SE 4897; Jornalista, DRT 2175; Diretor Executivo e Diretor Técnico do SRV  
http://www.raizdavida.com.br/site/portugues/amazonia-legal-patrimonio-do-povo-brasileiro/

Romero Jucá, um ministro feito 110% de encrenca

Romero Jucá, o lobista, o laranja, a jucalandia e entreguismo em Roraima
http://mudancaedivergencia.blogspot.com.br/2016/05/romero-juca-o-lobista-o-laranja_24.html